Histórias sobre o Perdão

Dia 1

A primeira vez em que ouvi que o perdão não era um “ato”, mas um processo, minha reação foi de completo espanto!

E como boa questionadora que sou vieram as questões racionais……
Como era possível? Como poderia ser um processo? Isto era contrário a tudo o que eu havia ouvido, aprendido e visto até aquele momento…

E aí, sem que eu percebesse, eu havia recebido uma chave preciosa e sutil que abriu as portas para uma nova maneira de pensar e sentir o mundo dos afetos e emoções…

A minha percepção deixou de ser 2D para ser pelo menos 3D!! E o principal foi vivenciar e entender que, por um desejo de controlar o mundo a minha volta, eu havia transformado tudo em um sistema “binário”, sim e não, preto e branco, certo e errado, amor e ódio… Que surpresa perceber na prática que emoções e afetos possuem sutilezas e várias dimensões, que efetivamente funcionam em uma espiral e me perdi em suas curvas!!

Pela primeira vez compreendi porque o Tempo se transformou em um mestre como diz o ditado popular, porque só com o amadurecimento pode vir a aceitação de que nada acontece por acaso e de que o mundo realmente é um espelho, no qual na maior parte das vezes, não gosto do que esta refletido! Rejeito a visão das minhas imperfeições, das minhas fragilidades, da eterna carência a qual fantasio que o outro vá “preencher” e aí descubro que isto jamais acontece… E me dou conta de uma primeira dimensão complexa  que é  a do ressentimento que a frustração traz…

E, é aí, que começa o processo do perdão no primeiro degrau que é a compreensão da imensidão que é o ressentimento!!