Aceitar o perdão como um processo tem várias dificuldades e, a primeira delas, é compreender que este processo é como uma espiral que leva a diferentes níveis e patamares…
Este processo é um desafio constante e, que por incrível que pareça, se assemelha a alguns jogos de vídeo game com uma série de “tarefas” a serem cumpridas para que as etapas sejam ultrapassadas.
Seguindo esta comparação… A primeira tarefa é a identificação dos vários sentimentos envolvidos para superar o primeiro desafio que é aceitar a RAIVA. Neste momento, como nos jogos, é necessário usar um elemento de auxílio para resolver e superar a tarefa e, este elemento aqui é a HONESTIDADE. A auto honestidade, aquela que ajuda a encarar as verdades internas que só eu sei, aquela que permite olhar as minhas imperfeições e dizer que tudo bem, eu não preciso ser perfeita para me aceitar e respeitar, o que preciso é compaixão comigo mesma…
Entretanto, como é complexo este primeiro passo! Quantas voltas ao mesmo ponto são necessárias para conseguir encarar e aceitar a raiva? Sim, a raiva existe e está presente, mas o que percebo é uma enorme culpa! Culpa por estar sentindo raiva! Ah! Como este é um sentimento tão mal compreendido… Não falo daquela raiva superficial que sinto quando levo uma pisada no dedinho do pé já machucado… Mas daquela raiva associada à fúria que me toma por completo, porque me sinto injustiçada, esta sim é a raiva da qual tenho medo, porque tenho medo do seu potencial de destruição!
E, qual não foi minha surpresa, quando me permiti encarar o rosto da raiva e, ao invés de encontrar uma medusa e suas serpentes que certamente me transformariam em pedra, descobri apenas uma delicada mulher que me disse com toda a tranquilidade que ela era a minha raiva!! E que eu precisava aceitar que ela manifestava apenas como um mecanismo de defesa. Compreendi naquele momento que aceitar honestamente este mecanismo de defesa é o que me preparou para a próxima etapa do desafio, encarar e compreender a profundidade do meu ressentimento…