O Universo tem uma forma própria de nos ensinar se estamos abertos à sincronicidade, momentos em que estamos 100% alinhados e percebemos as mensagens sutis que recebemos, principalmente se estamos no lugar certo no momento certo… Esta é uma aprendizagem sutil e complexa, uma sequencia infinita de saltos, saltos de fé no universo… E quantos saltos são necessários ? Vários…Hoje compartilho um que construiu minha relação com a Grande Mãe…
E, lá estava eu sozinha, escolhendo entre uma estrada pequena e encantadora e uma autoestrada para chegar rapidamente em algum lugar… Então escolhi a beleza e a calma, cheguei por curvas suaves ao Santuário de Fátima…
Estava praticamente vazio e as poucas pessoas presentes caminhavam para o que parecia ser o centro e decidi fazer o mesmo… Assim que coloquei os pés no asfalto, me senti pisando em um terreno macio como areia e isto não fazia sentido!! Parei e bati os pés no chão para me certificar que era duro e senti uma intensa energia abrindo caminho para cima, entrando pelos pés e subindo pelas pernas até sair pelo coração e pelo alto da cabeça em uma grande explosão! Eu era como uma garrafa de champanhe cujo conteúdo jorra em um fluxo contínuo! Naquele momento apesar do medo, vivi intensamente a limpeza e a conexão energética com aquele lugar sagrado, compreendi plenamente o que significa estar em um lugar sagrado!
Fui até o centro onde estava a fonte e surpresa percebi garrafas onde era recolhida a água sem entender o porque… Ao colocar as mãos em concha com intenção de beber, outra surpresa… Minhas mãos se moviam por vontade própria em direção ao meu coração e, literalmente, o “lavavam”! E, assim lá estava eu em um fluxo intenso de energia, literalmente molhada e sem saber o que fazer!
Ali apesar do medo, escolhi saltar e descobrir o que vinha depois… Fui em direção às escadas para entrar na igreja e havia uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e, por algum motivo, estava escrito “Imaculada Concepção”… Ao ler isto e em pânico, olhei para a imagem e comecei a questionar tudo e a dizer em voz alta que só existia uma forma do espírito entrar na dimensão humana! Aí ouvi uma risada suave e a resposta: ”Sim, só se pode entrar nesta dimensão através das águas de uma mulher”, olhei em volta e estava sozinha! Olhei para a imagem e perguntei se ela estava falando comigo? E ouvi a resposta: “Você me fez uma pergunta e estou respondendo”, comecei a chorar achando que tinha enlouquecido… Ela apenas disse para me acalmar e começamos a conversar…
Respirei fundo e decidi viver a experiência até o final… Pedi que me explicasse o que significava aquele lugar e ela me disse: “Este é um lugar onde a Grande Mãe, a Terra, doa suas águas para que seus filhos possam se curar…” e que “todas as águas são sagradas, as do planeta e as das mulheres, as mulheres doam suas águas para que os espíritos possam entrar nesta dimensão. As águas precisam ser respeitadas…” Naquele momento compreendi o imenso significado espiritual da doação da minha avó para minha mãe, da minha mãe para mim e a minha para minha filha… E pude fazer uma oração de agradecimento por nós e que nossos corações pudessem ser limpos de todo ressentimento…
Levei 20 anos ter coragem de falar sobre isto e o faço hoje em agradecimento pelo Dia das Mães, a todas as mulheres que doaram suas águas a seus filhos e à Grande Mãe Terra que nos sustenta em suas águas!